riqueza de detalhes

voltando à conversa com a pessoa que falava da distribuição das coisas que eram de sua avó, ou seja, além do fato de que algumas peças são "um clássico", há outro importante atrativo da vestimenta antiga: a riqueza de detalhes. a mesma pessoa, por exemplo, falava-me que sua mãe freqüentava anualmente um baile à fantasia e que as roupas eram extremamente elaboradas, gastando um bom tempo na confecção. é bem provável que hoje “aquele baile” seria mais um de tantos eventos corridos da vida moderna e uma confecção mais cuidadosa tornaria-se mais difícil e rara. em contrapartida, as fantasias e mesmo as roupas não nos parecem cada vez mais descartáveis?


a riqueza de detalhes (mistura de tecidos, uso de sianinhas, bordados e
abotoamentos especiais) nos figurinos da novela
Ciranda de Pedra
(Rede Globo, 2008), que retratou
a vida de paulistanos
por volta dos anos 50


nesse ano que passou, 2008, a Rede Globo regravou a novela Ciranda de Pedra, cuja primeira versão, também baseada no romance de Lygia Fagundes Telles, foi de 1981. a história inicia-se no ano de 1947, no pós-guerra, e os figurinos glamorosos e/ou com referências rock a billy mostram particularidades.


a calça da personagem Otávia, de cintura alta, mistura dois tipos de tecidos
e a
posição das listras da blusa variam nas alças e tronco;
o vestido da personagem Laura é acompanhado por um bolero
e a jaqueta do personagem Peixe tem muitos zíperes e botões

o Caderno tv & lazer do jornal O Estado de São Paulo de 8 de Junho de 2008 comentou: "Com a indústria têxtil brasileira exalando prosperidade, quem não podia comprar os poucos vestidos que vinham direto das maisons francesas, comprava uma revista, levava a uma boa costureira e pronto, saía toda faceira, à Grace Kelly. E não é isso que dá vontade de fazer quando se vê Ciranda de Pedra?"

deixo vocês pensando...


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